Jamerson Souza (UFPB/UFPE) Convida Assistentes Sociais para nosso CRESS "Seguir na Luta, Forte e Independente"

A trajetória das lutas sociais no Brasil, com destaque para os últimos 12 anos, é atravessada por muitos tensionamentos políticos. Dentre outros destaques possíveis acerca dessa trajetória, cabe sublinhar a perda da ingenuidade política dos trabalhadores. 

As (os) Assistentes Sociais, categoria de profissionais que se destaca como importante protagonista dessas lutas, graças a sua histórica articulação com as demandas da classe trabalhadora e à própria natureza de sua formação acadêmica, são capazes de perceber, fazer a crítica e se posicionar diante de diferentes projetos de sociedade que também se expressam em projetos político-profissionais. Essa capacidade foi construída na luta e se constitui como uma das heranças a serem preservadas e aprofundadas pelo Serviço Social brasileiro. 

Estamos às vésperas do processo eleitoral do conjunto CFESS/CRESS para o triênio 2014-2017. Não restam dúvidas quanto a importância desse momento. Na Paraíba, a nitidez com que os projetos de sociedade se expressam, comparecem, delineiam os projetos político-profissionais em disputa pelo Conselho Regional de Serviço Social impressiona qualquer Assistente Social atenta (o). A chapa 1, cujos membros fomentaram uma importantíssima guinada política e administrativa no CRESS 13ª Região, durante a gestão 2011-2014, coloca-se agora à disposição da categoria para fazer avançar o processo de democratização das atividades do Conselho. 

Democratizar significa politizar, significa não se esquivar dos embates necessários, urgentes e desafiantes com setores conservadores, quando não reacionários, da sociedade paraibana. As (os) Assistentes Sociais tem toda clareza de que muitas demandas da categoria ultrapassam ações meramente administrativas. Elas passam por questões políticas, econômicas, culturais. O diferencial da Chapa 1, como pode constatar qualquer profissional atenta (o), é a clareza do projeto de sociedade a que se vincula e a assumida posição de que o Conselho Regional não é um mero aparato administrativo. Em paralelo, soma-se a evidente necessidade de não se confundir posicionamento político com engrenagem partidária eleitoreira. A política é aqui entendida como a Grande Política. 

Seria fácil exemplificar com dados, números, estatísticas, contas e outros instrumentos quantitativos, os avanços da última gestão em termos de atuação, debates, desagravos, palestras e assim por diante. Nesse quesito, importante e concreto, a gestão CRESS na Luta, Forte e Independente oferece à categoria farta documentação - basta que se consultem os relatórios de gestão, à disposição no site da entidade. Porém, e contrariando qualquer tendência pragmatista, esse não parece ser o fundamento mais importante (embora não seja, obviamente, desimportante) sobre o qual se sustenta a importância da manutenção desse projeto à frente do CRESS. O fundamento mais importante parece residir na capacidade referida linhas acima: de perceber com clareza que estamos em uma conjuntura política desfavorável ao avanço das lutas dos trabalhadores, particularmente na Paraíba, na qual não podemos retroagir, sob pena do retorno de velhas e conhecidas práticas conservadoras; de levar adiante a ruptura com uma gestão que se apequena em atividades meramente formal-burocrático-administrativas do Conselho; de criticar a mesquinhez das contra-reformas e propor pautas e agendas de democratização da sociedade. A lista poderia se estender.

Todavia, a tomar como base a maturidade intelectual e política de nossa categoria, capaz de perceber o conteúdo histórico e social para além da mera retórica e de adornos discursivos, encerramos essa pequena nota política convocando as (os) Assistentes Sociais da Paraíba a expressarem nessas eleições seu posicionamento ante esse importante momento definidor do conteúdo das ações do CRESS-PB nos próximos anos.

Jamerson Souza - UFPB/UFPE

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